Segundo a IQVIA, fornecedor global de serviços de investigação clínica, insights comerciais e inteligência em saúde, o mercado de consumer health fechará 2024 com uma avaliação de 2 mil milhões de euros, com base na sua análise de dados mais recentes. O mercado de consumer health, que inclui medicamentos não sujeitos a receita médica e outros produtos de saúde, deverá atingir aproximadamente 2,3 mil milhões de euros em 2028, considerando as vendas em farmácias e parafarmácias em Portugal. Entre 2024 e 2028, prevê-se que o mercado continue a sua trajetória de crescimento, apresentando uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 4% em valor e 3% em volume.
Relativamente ao segmento dos medicamentos não sujeitos a receita médica (Over-the-counter, OTC), a IQVIA prevê que permaneçam o segmento dominante, terminando o ano de 2024 avaliados em 1,1 mil milhões de euros, representando 54% em valor e 58% em volume do total do mercado de consumer health durante este período. Em termos de evolução futura, a expectativa é que o segmento cresça em linha com o mercado, com uma CAGR de 4% em valor e 3% em volume, atingindo uma avaliação de 1,2 mil milhões de euros em 2028.
Para o segmento de Cuidados Pessoais (Personal Care, PEC), que tem sido consistentemente o segundo segmento mais relevante neste mercado, e no qual se inclui a Dermocosmética e Saúde Oral, estima-se que termine o ano de 2024 avaliado em 533 milhões de euros, representando 27% em valor e 22% em volume do total do mercado durante este período. Com uma CAGR de 4% em valor e 3% em volume, projeta-se que atinja uma avaliação de 617 milhões de euros em 2028.
Está previsto que a avaliação do segmento de Cuidados ao Paciente (Patient Care, PAC) atinja aproximadamente 294 milhões de euros em 2024, representando 15% em valor e 16% em volume do total do mercado, durante este período. Este segmento deverá crescer a uma CAGR de 6% em valor e 3% em volume até 2028, superando a CAGR dos outros segmentos e do mercado, atingindo uma avaliação de 366 milhões de euros até esse ano.
Finalmente, o segmento de Nutrição (Nutrition, NTR), com uma avaliação estimada de 71 milhões de euros para 2024, representa 4% em valor e 4% em volume do total do mercado durante este período. Este segmento deverá seguir uma tendência distinta em comparação com os outros segmentos nos próximos anos, estimando-se que experiencie um declínio em valor com uma CAGR de -4% até 2028, atingindo aproximadamente 61 milhões de euros, enquanto os outros segmentos do mercado deverão crescer em avaliação durante o mesmo período. No entanto, em volume, prevê-se que este segmento cresça mais rápido do que o mercado e outros segmentos, com uma CAGR de 5% em volume.
Considerando as previsões para os vários segmentos, a IQVIA estima que haja um aumento no preço unitário médio dos produtos nos segmentos OTC, PEC e PAC, uma tendência suportada pelas estimativas de crescimento em valor superiores ao crescimento em volume. O segmento de Nutrição parece ter um comportamento contrário, onde, apesar do crescimento significativo em volume até 2028, prevê-se uma diminuição no valor total deste segmento, indicando uma provável diminuição no preço unitário médio dos produtos nesse segmento.
Estas projeções são também suportadas pelo contexto macroeconómico em Portugal e na Zona Euro, onde, considerando a desaceleração do crescimento do PIB português para 1,6% em 2024 (vs 2,5% em 2023), espera-se uma recuperação em 2025 e 2026, com taxas de crescimento de 2,1% e 2,2%, respetivamente, de acordo com estimativas do Banco de Portugal. Esta evolução favorável do contexto macroeconómico é também suportada pelas previsões de crescimento, embora mais lentas, para a Zona Euro, que se estima que se mantenham estáveis até 2026, com projeções de crescimento de 1,3% e 1,5% para 2025 e 2026, respetivamente.
Adicionalmente, o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), que prevê uma desaceleração da inflação tanto em Portugal como na Zona Euro para 2024 em torno de 2%, antecipa uma maior procura no consumo, compatível com o crescimento estimado para o mercado de saúde do consumidor, esperado crescer acima da inflação.